A escola é o principal ambiente onde o bullying costuma se manifestar. Portanto, não é viável que o corpo docente simplesmente ignore o fenômeno; são necessárias ações efetivas para prevenção e combate ao bullying que vão além das punições (Passamani e Galuch, 2016). Professores devem zelar por um bom relacionamento com os alunos, pautado no respeito e na empatia. A escola também deve se relacionar bem com a família, criando assim uma rede confiável onde crianças e adolescentes se sintam mais confortáveis e seguras em fazer denúncias (Passamani e Galuch, 2016).
Além disso, de acordo com Passamani e Galuch (2016), a escola deve estar atenta aos sinais que identificam vítimas e agressores.
Comportamentos típicos de uma vítima:
- Isolamento e separação do grupo
- Dificuldade de falar diante do outro
- Último a ser escolhido nos jogos
- É comum apresentar-se triste, retraído, deprimido e aflito
- Desleixo gradual nas tarefas
- Apresenta feridas, cortes, arranhões, roupas rasgadas de forma não natural
- Faltas frequentes às aulas
- Perda frequente de pertences
Comportamentos típicos de um agressor:
- Faz brincadeiras e gozações, ri de modo desdenhoso e hostil
- Coloca apelidos ou chama colegas por nomes pejorativos, insulta, menospreza, ridiculariza e difama
- Ameaça, dá ordens, domina e subjuga. Incomoda, intimida, empurra, picha, bate, dá socos, pontapés, beliscões, puxa cabelo, se envolve em discussões e desentendimentos
- Furta materiais, dinheiro, lanche e outros pertences dos colegas
- Dominadores e impositivos
- Não demonstra empatia
- Dificuldade em seguir regras
- Se irrita com facilidade
Isso nos mostra a importância de capacitar os professores a compreender o bullying em sua complexidade, tornando-os capazes de averiguar e dialogar sobre o bullying com os alunos (Silva e Bazon, 2017). Tendo condição de identificar as partes envolvidas, a escola deve tomar uma atitude e promover uma autorreflexão e senso crítico. Isso é possível usando artifícios como filmes, palestras e dinâmicas para conscientizar os alunos sobre o tema (Passamani e Galuch, 2016).
É necessário que as testemunhas também reconheçam seu papel em apoiar a vítima, não o agressor, pois agressores têm o comportamento intimidador reforçado pela validação dos colegas. O riso das testemunhas aumenta ainda mais a relação desigual de poder. Desde cedo, devemos aprender o que é ser um cidadão ético, o que é viver em sociedade, respeitando a diversidade e entendendo os limites da liberdade.
Os agressores devem desenvolver senso crítico sobre suas atitudes capazes de machucar os outros, associado à responsabilização por suas ações. A impunidade reforça atitudes maliciosas. As vítimas não devem ser revitimizadas; elas necessitam de rede de apoio e segurança para que a violência não se repita.
Cecília Barros dos Santos CRP 03/24398
Referências
Passamani, E. P., & Galuch, M. P. (2016). Bullying na escola: A atuação dos professores no enfrentamento do problema. Universidade Estadual de Maringá. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2016/2016_artigo_edespecial_uem_elianapauleskipassamani.pdf
Silva, J. L., & Bazon, M. R. (2017). O papel dos professores no enfrentamento do bullying escolar. Psicologia Escolar e Educacional, 18(1), 63-73. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84862014000100007
Comments